WhatsApp Fale Conosco

Como usar SSD e HD no mesmo storage?

Índice:

Muitas empresas enfrentam um dilema comum. Elas precisam da alta capacidade dos HDDs para armazenar grandes volumes de dados, mas também exigem a velocidade dos SSDs para suas aplicações críticas. Essa necessidade dupla frequentemente cria gargalos de desempenho ou eleva bastante os custos com infraestrutura.

Um sistema de armazenamento lento afeta diretamente a produtividade, pois atrasa o acesso a bancos de dados, a edição de vídeos e a execução de máquinas virtuais. Por outro lado, uma solução totalmente baseada em flash pode ser financeiramente inviável para diversas organizações, que precisam guardar terabytes de informações.

Assim, a busca por um equilíbrio entre performance e custo se torna central. A tecnologia de armazenamento híbrido surge como uma resposta inteligente para esse desafio, pois combina o melhor dos dois mundos em um único equipamento.

Como usar SSD e HD no mesmo storage?

É totalmente possível combinar SSDs e HDDs em um mesmo storage para otimizar o desempenho e a capacidade. Essa configuração, conhecida como armazenamento híbrido, utiliza tecnologias como cache de SSD ou tiering automatizado. Nesses sistemas, os SSDs funcionam como uma camada rápida para acelerar o acesso aos dados mais requisitados, que ficam fisicamente nos HDDs.

O funcionamento é bastante simples na prática. O sistema operacional do storage identifica os arquivos ou blocos de dados "quentes", ou seja, aqueles acessados com frequência. Em seguida, ele copia ou move esses dados para os SSDs. Quando um usuário solicita essa informação novamente, o equipamento a entrega diretamente da unidade de estado sólido, o que reduz drasticamente a latência.

Essa abordagem é especialmente útil em ambientes com cargas de trabalho mistas. Por exemplo, servidores de arquivos, bancos de dados, ambientes virtualizados e estações de edição de vídeo se beneficiam imensamente, pois conseguem um desempenho próximo ao de uma solução all-flash com um custo total muito menor.

O que é um cache SSD?

Um cache SSD é uma área de armazenamento temporário que usa um ou mais SSDs para acelerar o desempenho de um conjunto de HDDs. Ele armazena cópias dos dados acessados com mais frequência. Quando o sistema recebe uma solicitação de leitura para esses dados, ele os serve diretamente do cache, que é muito mais rápido que os discos rígidos. Essa técnica melhora significativamente o tempo de resposta das aplicações.

Existem basicamente dois tipos de cache. O cache somente leitura acelera as operações de busca, pois armazena cópias dos blocos mais lidos. Já o cache de leitura e escrita também acelera as operações de gravação, ao receber novos dados no SSD antes de movê-los para os HDDs. Essa segunda modalidade oferece um ganho de performance ainda maior.

No entanto, o cache de escrita introduz um pequeno risco. Se houver uma queda de energia antes que os dados sejam transferidos do SSD para o HDD, pode ocorrer perda de informações. Por isso, o uso de um no-break (UPS) é quase sempre obrigatório para proteger a integridade dos dados nesse cenário.

A diferença fundamental para o tiering

Embora ambos usem SSDs e HDDs, o tiering funciona de maneira diferente do cache. Em vez de criar uma cópia temporária dos dados, o tiering automatizado move fisicamente os blocos de dados entre diferentes camadas (tiers) de armazenamento. Os dados "quentes" são movidos para o tier de alta velocidade (SSDs), enquanto os dados "frios" e raramente acessados migram para o tier de alta capacidade (HDDs).

Essa movimentação otimiza o uso do espaço de armazenamento de forma mais eficiente. O tiering não consome a capacidade do SSD com cópias, pois os dados residem em apenas um lugar por vez. Como resultado, todo o volume do SSD fica disponível para abrigar os arquivos mais importantes, o que geralmente resulta em melhor aproveitamento do hardware.

A principal vantagem do tiering é que ele combina desempenho e gestão de capacidade de um modo muito inteligente. O sistema analisa continuamente os padrões de uso e ajusta a localização dos dados sem qualquer intervenção manual. Isso simplifica a administração e garante que os recursos de alta performance sejam sempre alocados para as aplicações que mais precisam.

Vantagens da abordagem híbrida

A principal vantagem de um storage híbrido é, sem dúvida, o custo-benefício. A configuração entrega um desempenho de leitura e escrita muito superior ao de um sistema baseado apenas em HDDs, por uma fração do custo de uma solução all-flash. Isso democratiza o acesso à alta performance para muitas empresas.

Além disso, essa abordagem oferece uma enorme flexibilidade. Um único servidor de armazenamento pode atender a diferentes tipos de carga de trabalho simultaneamente. Por exemplo, ele consegue hospedar máquinas virtuais que exigem baixo tempo de resposta e, ao mesmo tempo, servir como um repositório para backups ou arquivos de longo prazo.

A escalabilidade também é um ponto forte. É possível começar com uma configuração modesta e adicionar mais SSDs ou HDDs conforme a necessidade de desempenho ou capacidade aumenta. Essa modularidade protege o investimento inicial e permite que a infraestrutura de TI cresça junto com o negócio.

Quais discos escolher para cada função?

A escolha correta dos discos é fundamental para o sucesso de um sistema híbrido. Para o pool de armazenamento principal, o ideal é usar HDDs de classe empresarial, como modelos SAS ou SATA Enterprise. Esses discos são projetados para operação contínua 24/7 e oferecem maior confiabilidade e durabilidade que os modelos para desktop.

Para a camada de cache ou o tier de alta velocidade, a seleção dos SSDs é ainda mais crítica. Como essas unidades sofrerão um número muito elevado de ciclos de escrita, é essencial optar por SSDs empresariais. Eles possuem uma classificação de resistência (TBW ou DWPD) muito superior à dos SSDs de consumo, o que evita o desgaste prematuro e possíveis falhas.

Frequentemente, o uso de SSDs NVMe para a camada rápida traz ainda mais benefícios. Sua interface PCIe oferece latências muito menores e taxas de transferência superiores às dos SSDs SATA. Isso resulta em um ganho de desempenho expressivo, especialmente para aplicações que realizam muitas operações de I/O por segundo (IOPS).

Riscos e cuidados na implementação

Apesar dos benefícios, uma implementação mal planejada pode trazer alguns riscos. O principal deles, como mencionado, está associado ao cache de escrita. Uma falha de energia inesperada pode corromper dados que ainda não foram gravados nos HDDs. Portanto, a presença de uma fonte de alimentação ininterrupta (UPS) é indispensável para mitigar esse problema.

Outro ponto de atenção é o desgaste do SSD. Usar um SSD de consumo para cache em um ambiente movimentado é uma receita para o desastre. Essas unidades não foram feitas para a carga de trabalho intensa e podem falhar rapidamente, o que compromete a performance e a estabilidade do sistema. A escolha de um drive com alta durabilidade é sempre a melhor política.

Finalmente, a própria configuração do sistema exige algum conhecimento. É preciso entender a carga de trabalho para dimensionar corretamente o tamanho do cache ou dos tiers. Um cache muito pequeno, por exemplo, pode não trazer o ganho de desempenho esperado. Por isso, monitorar as métricas do sistema após a instalação ajuda a fazer ajustes finos.

O papel do sistema operacional do storage

O cérebro por trás de um storage híbrido eficiente é o seu sistema operacional. É ele quem executa os algoritmos complexos que decidem quais dados devem ser acelerados. Um sistema bem projetado realiza essa tarefa de forma automática e transparente, sem exigir que o administrador de TI gerencie manualmente a localização dos arquivos.

Bons sistemas operacionais, como o QTS da QNAP, oferecem ferramentas de monitoramento detalhadas. Elas permitem visualizar a taxa de acerto do cache (cache hit rate) e a movimentação de dados entre os tiers. Essas informações são valiosas para entender se a configuração está otimizada para a carga de trabalho específica da empresa.

Além disso, a simplicidade na configuração inicial é um grande diferencial. A capacidade de criar um pool de armazenamento híbrido com poucos cliques facilita muito a vida dos profissionais de TI. Isso reduz a chance de erros e acelera a implantação da solução no ambiente de produção.

Qtier: A solução inteligente da QNAP

A QNAP desenvolveu uma tecnologia de tiering automatizado chamada Qtier para simplificar o gerenciamento de storages híbridos. O Qtier analisa continuamente os padrões de acesso aos dados e move automaticamente os blocos mais utilizados para a camada de SSDs, enquanto os dados menos acessados são alocados nos HDDs de alta capacidade.

Essa automação inteligente garante que o desempenho seja maximizado o tempo todo. O sistema se adapta dinamicamente às mudanças na carga de trabalho, sem necessidade de intervenção manual. Por exemplo, se um projeto antigo volta a ser acessado, o Qtier move seus dados para o tier rápido para garantir agilidade.

Como resultado, as empresas obtêm o melhor dos dois mundos. Elas contam com a performance dos SSDs para suas aplicações mais importantes e com a vasta capacidade dos HDDs para arquivamento, tudo em um único volume de armazenamento unificado. O Qtier essencialmente transforma um hardware complexo em uma solução simples e poderosa.

Quando um arranjo híbrido é a resposta?

Um arranjo de armazenamento híbrido é a escolha ideal para a maioria dos cenários que exigem um equilíbrio entre velocidade, capacidade e custo. Pequenas e médias empresas, por exemplo, podem consolidar seu servidor de arquivos, banco de dados e ambiente de virtualização em um único NAS QNAP com Qtier, o que simplifica a infraestrutura e reduz custos.

Estúdios de criação e edição de vídeo também se beneficiam enormemente. Eles podem usar a camada de SSD para trabalhar nos projetos ativos, com acesso rápido aos arquivos de mídia, e mover os projetos concluídos para a camada de HDDs para arquivamento de longo prazo, sem precisar de sistemas separados.

No entanto, existem situações em que outras abordagens talvez sejam melhores. Para arquivamento puro, onde o desempenho não é uma prioridade, um sistema apenas com HDDs é mais econômico. Em contrapartida, para aplicações de missão crítica que exigem a menor latência possível, uma solução all-flash pode ser necessária. Para quase todo o resto, um sistema híbrido é a resposta mais inteligente e eficiente.


Leia mais sobre: Armazenamento de Dados

Conteúdos sobre tipos de storages (NAS, SAN, DAS, All-Flash), HDD vs SSD, arquiteturas de armazenamento, etc.

Fale conosco

Estamos prontos para atender as suas necessidades.

Telefone

Ligue agora mesmo.

(11) 97482-6343
E-mail

Entre em contato conosco.

[email protected]
WhatsApp

(11) 97482-6343

Iniciar conversa